Reciclar pneus usados é favorável ao meio ambiente

pneusDepositados em locais impróprios geram impacto ambiental, além de servirem de criadouros para mosquitos que transmitem doenças

Os pneus velhos merecem atenção como um problema de saúde pública, pois quando depositados em locais indevidos, como terrenos abandonados, podem acumular água tornando-se criadouros de mosquitos transmissores de doenças, como a dengue. Se jogados em aterros sanitários, demoram até 600 anos para se decompor na natureza e, quando queimados, liberam fumaça tóxica durante o processo.

No Brasil, em 1999, a resolução 258 do Conselho Nacional do Meio Ambiente estabeleceu que os fabricantes são responsáveis pela destinação correta de todos os pneus usados. Uma forma encontrada para amenizar o impacto ambiental foi a utilização das metodologias de reciclagem e de reaproveitamento. Nesse aspecto, a recauchutagem é um processo bastante eficiente para conter o descarte de materiais usados.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de recauchutagem de pneus, o que nos destaca entre os países que zelam pela conservação ambiental. São 7,6 milhões de pneus reformados para caminhões e ônibus, 8 milhões para automóveis, 2 milhões para motos e 300 mil para veículos agrícolas ou off roads, totalizando 17,9 milhões anuais, segundo a Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR). Cerca da metade dos pneus usados é reaproveitada, são os chamados pneus meia-vida.

Uma alternativa encontrada pelas grandes indústrias fabricantes é o envio para empresas especializadas em reciclagem de pneus. Conforme o representante da CBL Reciclagem, Caio Marchi, o fluxo na empresa dos pneus inservíveis (que não pode ser mais recauchutados ou reformados) funciona da seguinte forma: “Os pneus são entregues na empresa ou coletados em alguns eco pontos por nossa frota e, após a trituração, existe a separação do aço e da borracha. O chip de borracha é destinado para cimenteiras e também para outros setores como granulados para quadras de futebol society e asfalto. Já o aço é destinado para as siderúrgicas. Tudo é reaproveitado em algum setor da indústria”, enfatiza o gestor.

Em 2011 a CBL, que está localizada em São Bernardo do Campo (SP), processou aproximadamente 13 milhões de pneus inservíveis, dos mais diferentes tamanhos e provenientes de automóveis de passeio, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e fora de estrada, retirados da natureza e destinados de forma ambientalmente adequada.

O processo de reciclagem:

A indústria especializada conta com quatro processos de processamento de pneus velhos. O uso de micro-ondas e o processo mecânico-químico são os mais utilizados no Brasil. Com o uso do primeiro tipo, os pneus são reaproveitados para a obtenção de combustíveis, óleos e graxas que são destinados principalmente à indústria.  No segundo processo, a borracha é triturada, desvulcanizada e misturada à matéria-prima que dá origem à massa asfáltica. Dessa maneira, obtém-se um asfalto de boa qualidade, com mais aderência para veículos e com menor gasto energético para a sua produção. Além desses, outros dois processos menos conhecidos são usados: a reciclagem por ultrassom, que deixa a borracha mais macia e pronta para ser utilizada na fabricação de novas peças, e a pirólise, que derrete a matéria-prima até o seu estado natural.

Onde descartar:

Apesar de não haver um dado oficial ou sistematicamente pesquisado, as estimativas são de 30 milhões de pneus jogados por ano, conforme a Akatu. No Brasil, as oficinas de recauchutagem são os locais mais indicados para o descarte de pneus velhos. Nesses locais, as peças usadas passam por diversos processos que retiram substâncias tóxicas prejudiciais ao meio ambiente. Empresas revendedoras especializadas também recebem os pneus usados.

Para consultar onde existem postos de coleta no seu estado, consulte o site da  Reciclanip.

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