O relatório anual de 2014 do Programa da ONU para o Meio Ambiente, o PNUMA, apresentou sucessos ambientais globais tais como a recuperação da camada de ozônio e avanços significativos nos investimentos em energias renováveis. Porém, no cenário brasileiro, ainda há muito o que refletir sobre as causas relacionadas à sustentabilidade.
Geração de lixo e reciclagem
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil produz 63 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, sendo o quinto maior gerador de lixo urbano. O problema é que quase metade do que é produzido diariamente vai parar em lixões, que não possuem controle e apresentam altos níveis de poluição. Além disso, os brasileiros jogam fora 76 milhões de toneladas de resíduos e reciclam apenas 3% desse montante, quando pelo menos 30% poderiam ser reaproveitados. Um dos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos era extinguir os lixões em todo o país, no entanto, a medida teve o prazo até agosto do ano passado para ser cumprida, e não atingiu a meta.
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Crise hídrica e poluição das águas
O Sistema Cantareira, que abastece 5,4 milhões de consumidores da capital paulista, tem enfrentado níveis abaixo do esperado e causado uma das maiores crises hídricas do Estado de São Paulo. Porém, os problemas vão muito além da falta de chuva e o desperdício acontece não só por parte da população. Falhas em tubulações chegam a desperdiçar 37% da água tratada, segundo o Governo Federal. No entanto, os consumidores podem ajudar, reduzindo o consumo de água em atividades do dia a dia. No país, em algumas regiões são consumidos mais de 200 litros de água por dia. O recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 110 litros. Outro problema relacionado à água é a poluição dos rios, causada por esgotos e descarte incorreto de objetos. Segundo o IBGE, o Rio Grande do Sul tem quase um terço dos rios mais poluídos do Brasil.
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Energias Renováveis e fontes alternativas
As energias renováveis são fontes inesgotáveis obtidas da natureza e estão cada vez mais viáveis de serem aplicadas. O vento e o Sol podem ser usados como fonte de energia, como a eólica e a fotovoltaica, por exemplo. Este ano, o Brasil passará a ocupar a segunda posição em expansão de energia eólica no mundo, atrás apenas da China. O país possui cerca de 200 parques eólicos em operação. Segundo relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Brasil é o sétimo maior investidor de energia renovável, sendo 84% investidos em energia eólica. Além disso, o Brasil possui grande potencial para a energia solar por ser um dos países com o maior número de horas de sol por ano. A energia fotovoltaica aproveita os raios solares para conversão direta em energia elétrica. Outros grandes investidores de energias renováveis são China, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha e Canadá, sendo o primeiro responsável por 31% do total investido no mundo.
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Contaminação do solo
O acúmulo de lixo e de produtos químicos são os grandes responsáveis pela poluição do solo. Fluídos tóxicos liberados de resíduos descartados em lixões, contaminam a terra e o lençol freático. A contaminação causa sérios danos ao meio ambiente e aos seres humanos. Alguns casos são bastante lembrados por envolverem famílias e trabalhadores que foram prejudicados pelas más condições do solo. Por exemplo, a Cidade dos Meninos, no Rio de Janeiro, que registrou vários casos de leucemia e outros tipos de câncer após o fechamento de uma fábrica que tinha como matéria prima o benzeno, e Santo Amaro da Purificação, na Bahia, que após a desativação de uma empresa de beneficiamento de chumbo deixou um rastro de poluição e doenças. Dados indicam que 619 ex-trabalhadores da fábrica morreram e vários apresentam sequelas, assim como familiares e pessoas que moravam no entorno do local.
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